sábado, 23 de maio de 2009

MAR ADENTRO

Idésio de Oliveira
Faz tempo,
faz tempo que não repouso as mãos nas amarras das pernas tuas...

Faz tempo,
faz tempo que pelo acúmulo da falta vivo carente dos beijos.
Sigo em desejos e não tenho as marcas do teu suor nos frisos da minha cama.
Não avivo mais a chama que em mim teima em morar...

Esbarro no teu pensar: viro as costas, vou embora.
Vou pela vida afora e não mato minha sede em outros seios.
Corro de conselhos que não sossegam o meu andar.

Torço por amigos na conquista dos amores...
Sou desses que não carregam rancores demais.
Dos que aprimoram o vôo distante da segurança dos cais.

Quem dera não esbarrar nas dores dos que sambam em avenidas.
Onde se esconde o ungüento pra cura da tua ferida?

Um brinde a esta vida com a taça de uma outra por esperar...

Não digo mais teu nome pra poder não te lembrar...
Desvio-me dos teus caminhos e sigo sozinho como quem se embebeda de
sonhos e deixa a imensidão do mar em si entrar.

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